domingo, 7 de outubro de 2007

"O Haiti é aqui, o Haiti não é aqui!"

"Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
[...]
...presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos"


Haiti é uma canção de 1993 escrita por Caetano Veloso. Sua letra fala de exclusão social e racial. Temos o preconceito da cor da pele mas, o preconceito no Brasil é um pouco mais complexo, se misturando com status social. O preconceito aos "pretos" pode atingir os "brancos" a partir do momento que esses "brancos" ("quase pretos de tão pobres") forem pobres.

Confira o vídeo da canção cantada por Caetano Veloso e Gilberto Gil.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Um história de preconceitos


O EUA é um país que cresceu graças a diversas ondas migratórias, todas elas acompanhadas pelo devido preconceito dos que ja estavam estabelecidos. A mais recente dessas ondas é a de latinos que vem se concentrando principalmente nas regiões fronteiriças com o México.

Antes deles vieram os irlandeses, judeus, italianos, etc. Essa historia de preconceito que está na base da sociedade americana tem uma belíssima representação na graphic novel Avenida Dropsie - A vizinhança, de Will Eisner.

Ele conta com maestria a história de uma vizinhança desde seu surgimento em 1870, com mansões luxuosas, passando pela crise de 29, a 2 Guerra, o surgimento dos cortiços até o momento atual, como um subúrbio de classe media.

Esse álbum é uma aula de história dos EUA, ótimo para se ter uma idéia da complexidade da sociedade norte-americana. Alem de ser uma obra do mestre dos quadrinhos, o que por si só já vale a leitura.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Não seremos todos iguais? Não teremos todos os mesmos direitos? Porque será que uns são mais iguais que outros?

temos cores diferentes
mas somos iguais
somos inteligentes
poderemos ser mais

dá-me um sorriso
eu dou-te a mão
tudo o que for preciso
para ser teu irmão

junta-te a nós
fortalece a união
levar longe a nossa voz
nesta linda canção

canção de igualdade
justiça e amor
por cada amizade
plantarei uma flor

vamos unir as mãos
esquecer nossa cor
viver como irmãos
é aliviar minha dor

não importa a tua raça
não importa a tua cor
para tudo ter graça
só precisamos de amor

povos da humanidade
esquecei vosso ódio
vivei em fraternidade
enriquecei vosso espólio

na história do mundo
houve sempre racismo
queremos amor profundo
e acabar com este cinismo

aperta minha mão
meu amigo serás
consola meu coração
juntos construímos a paz

João Oliveira

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Expectativa do mal

As vezes esperamos que certos individuos tenham atitudes racistas, mas no fim quem é preconceituoso é aquele que teve esse pensamento.

fonte:http://www.geocities.com/paulo065/images/racismo.jpg

terça-feira, 2 de outubro de 2007


"Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, sempre haverá guerra" - Bob Marley


Foto: BBC Mundo

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Islamofobia - o medo que vira preconceito

O investigador especial da ONU para o racismo condenou na sexta-feira a ascensão da islamofobia, especialmente na Europa, onde segundo ele a tendência é explorada por alguns partidos de direita.

Doudou Diène, relator especial da ONU sobre o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e outras formas de intolerância, também acusou o partido mais popular da Suíça, o direitista Partido do Povo Suíço (SVP/UDC) de incitar ao ódio racial.

Ele pediu a suspensão da polêmica campanha do partido com cartazes em que ovelhas brancas expulsam a patadas uma ovelha negra de uma área que representa a Suíça, com o slogan "Pela segurança de todos." O SVP/UDC acusa estrangeiros de cometerem a maioria dos crimes graves no país.

"No atual contexto, a islamofobia constitui a forma mais grave de difamação religiosa", disse Diène em um discurso e um relatório ao Conselho de Direitos Humanos, cujos 47 membros estão debatendo a difamação religiosa.

Cada vez mais líderes políticos, órgãos de comunicação e intelectuais "equiparam o Islã à violência e ao terrorismo", e alguns buscam "silenciar práticas religiosas ao proibir a construção de mesquitas", disse Diène.

Falando em nome da Organização da Conferência Islâmica (OIC), o Paquistão qualificou de "alarmante" o crescimento da islamofobia. Seu representante, Masood Khan, chamou de blasfemos os cartazes eleitorais suíços e também as caricaturas do profeta Maomé, publicadas originalmente na Suécia e que provocaram indignação em todo o mundo islâmico.

Ele disse que a OIC, que representa 57 países com 1,3 bilhão de muçulmanos, condena todas as formas de terrorismo.

"A mídia internacional continua usando ações equivocadas de uma pequena minoria extremista como pretexto para denegrir todo o mundo muçulmano, bem como a religião do Islã."

O senegalês Diène disse em seu relatório de 21 páginas que a islamofobia cresceu depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os EUA.

No mundo todo, vários partidos tradicionalmente democráticos "recorrem à linguagem do medo e da exclusão, criam bodes expiatórios e alvejam minorias étnicas e religiosas em geral, e imigrantes e refugiados em particular".

Na Europa, os muçulmanos enfrentam crescentes dificuldades para estabelecer locais de culto e realizar práticas como jejuns ou sepultamentos religiosos, segundo o enviado da ONU.

"Partidos políticos com plataformas antiislâmicas aderiram a coalizões de governo em vários países e começaram a colocar em prática suas agendas políticas. Enfim, a islamofobia está em processo de permear todas as facetas da vida social."

O SVP/UDC propôs um referendo para proibir a construção de minaretes em mesquitas do país, onde há 350 mil muçulmanos. Uma proposta similar tramita em Colônia, na Alemanha.

A delegação suíça defendeu seu sistema de democracia direta, onde várias questões são levadas a referendo todos os anos, mas admitiu que "às vezes há opiniões exageradas e lamentáveis sendo expressas".

"O governo suíço declarou repetidamente seu compromisso em combater o racismo, e o governo suíço vai continuar adotando uma posição clara contra todas as formas de discriminação e xenofobia", disse o embaixador suíço Blaise Godet.